Associações da zona sul do Rio de Janeiro compareceram em peso na reunião do Metrô Barra realizada no Leblon na noite do dia 22 de junho, enquanto a Barra mais uma vez teve pequena representação, com a presença apenas da Ouvidoria da Barra, AMAR, AJO, Amapluc , Rio 2 e AIB. O encontro com Bento José de Lima, diretor da engenharia da Rio Trilhos, foi muito debatido por representantes da zona sul que na maioria reprovam o novo trajeto.
Evelyn Rosenzweig, presidente da Ama Leblon, lembrou que Leblon e Ipanema começaram a se engajar agora sobre o Metrô, enquanto a luta da Barra já acontece há anos : “O traçado original devia ser mantido para atender quem está isolado hoje e atenderia muito bem a população. Quem tem muita necessidade do metrô, são os moradores da Barra. Para saber a opinião do novo traçado estamos fazendo uma pesquisa com os moradores do Leblon”.
Maria Amélia, presidente da Amipanema, defendeu o trajeto original Gávea – Humaitá – Jardim Botânico, Laranjeiras e Botafogo: “ Seria mais fácil e mais rápido de ser construído. O traçado passa apenas por 5 estações para quem vem da Barra. Já o atual passando por Ipanema teria 15 estações e seria mais caro. Além disso, os moradores de Ipanema passariam a pegar o metrô lotado. Não interessa para a associação uma obra que vai causar um tremendo transtorno. Gostaria de saber porque abandonaram o traçado original”
Mariza Rocha, moradora do Leblon, disse que fez uma pesquisa boca a boca e que nenhum morador da região quer o metrô : “ Uma estação aqui vai deteriorar o bairro. O bairro do Leblon e Ipanema se faz a pé. Soube que o custo para o novo trajeto é três vezes maior, há interesse do governo em ganhar dinheiro”
O vice-presidente do Rio 2, Bruno Depentor , ressaltou que o traçado atual não atende os 10 mil moradores do condomínio localizado na Barra: “ Vejo a luta do Paulo Bittencourt há 10 anos e acredito que o novo traçado de Ipanema é errado, já que a proposta mais prática seria da Gávea – Humaitá – Jardim Botânico, Laranjeiras e Botafogo. O traçado atenderia o anseio dos moradores da Barra”
Júlio Teixeira da concessionária Rio Barra , disse que o trajeto inicial seria até Botafogo, no entanto 11 anos depois com a nova estação de Ipanema, o mais objetivo foi transferir a linha 4 até Ipanema e garantiu que a obra ficará pronta até as Olimpíadas.
O palestrante Bento José de Lima, diretor da engenharia da Rio Trilhos, disse que a intenção da companhia é ouvir os anseios da população da região e explicou o porquê da mudança do trajeto inicial. Segundo ele, o primeiro projeto de 21/12/1998 com verba orçada de 2,7 bilhões de reais, previa a ligação do Jardim Oceânico com São João (em Botafogo), através da linha Gávea-Jardim Botânico- Humaitá – São João (em frente ao Rio Sul): “Nestes 12 anos , aconteceram muitas modificações, houve uma alteração expressiva na demanda de passageiros; o avanço da Linha 1 chegando em Ipanema; o sucesso da integração metrô ônibus (dos 500 mil passageiros diários, 180 pegam integração) e finalmente a tarifa muito alta que chegaria a 7,60. Por todos estes motivos o metrô não aconteceu. O traçado era de baixa densidade populacional , cerca de 110 mil passageiros por dia. Então começamos a estudar possibilidade do trajeto Ipanema-Leblon –Gávea- São Conrado e Barra que teria uma demanda de 230 mil passageiros por dia e a tarifa ficará em R$ 2,80”.
Segundo Bento José de Lima , o projeto com 14 km de extensão e 6 estações, conta com garantia de recurso por causa das Olimpíadas e o contrato prevê a construção em duas partes: Jardim Oceânico – Gávea e Gávea-Ipanema”.
O trecho Barra-Gávea será de 1,2 bilhões e já inicia agora sábado no dia 26/6. A parte operacional teve que contar com a entrada do metrô por rocha e saindo aérea pela pedra localizada no Itanhangá, já que segundo Bento Ribeiro, a licença ambiental não permitiu o metrô entrar pela Avenida das Américas. A saída da estação será no canteiro central em frente ao Barra Point e Unimed. A novidade revelada no encontro fica por conta do novo terminal rodoviário perto do hotel Maxims com estacionamento para carros. De acordo com Bento Ribeiro, uma nova pista virá do viaduto em frente ao Downtown e irá circular na parte de trás do Condado dos Cascais para atender o Terminal.
Sobre a pressão dos moradores da Zona Sul para não ter uma estação na Praça Nossa Senhora de Paz, Bento lembrou que é necessário estudar o que será feito para preservar tão belo patrimônio da cidade, já no Leblon a ideia seria construir uma estação na Praça Antero de Quental ou no Largo da Memória: “Toda a parte da zona sul está sem definição, pois contratamos um estudo de 18 meses e iremos ouvir a população para atender todos anseios”
Fonte: AIB
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